segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O MACACO, A MACACA, O OUTRO MACACO E A MACACADA

Esta é a história do macaco que ficou torto do rabo, pois caiu do galho e vive muito triste e chateado porque além do mais perdeu a macaca que tanto amava. Tudo isso por causa do seu ciúme terrível. Foi assim: o macaco encontrou por acaso a macaca por quem estava apaixonado trepando num galho com outro macaco e subiu à árvore para tirar satisfações. A macaca dissera-lhe que ela e o outro macaco eram apenas amigos. Mas o macaco enciumado não compartilha dessa idéia e, desconfiado, respondeu que sua macaca pode até ter amigos, mas não para ficar com eles trepando nos galhos, afinal a macacada sabe que ela é sua macaca, e isso só pode gerar comentários maldosos por parte da macacada . A macaca disse-lhe então que ele não tem que ligar para a língua da macacada, pois quem tem boca fala o que quer. Isso já é de muito tempo. O importante é a honestidade... A consciência limpa. Daí o macaco retrucou que não estava nessa, pois não acreditava em amizade desinteressada entre macaco e macaca, e nem achava que o outro macaco estivesse ali sem interesse.
Foi aí então que o outro macaco se pronunciou, e defendendo-se disse que respeitava a macaca do macaco enciumado como uma verdadeira amiga e que tinha muita consideração ao compromisso que sabia que existia entre os dois. Além do mais só desejava a felicidade do casal, principalmente a dela, como sua amiga, ademais, não seria capaz e ter algum relacionamento com uma macaca comprometida pois isso não era do seu feitio e que também não gostaria que assim agissem com uma macaca que consigo tivesse um compromisso. Então o macaco enciumado disse-lhe que se calasse, pois ele como macaco bem sabe como são os macacos e o que se passa na cabeça dos macacos. Foi aí então que o outro macaco perguntou ao macaco enciumado se ele não se garantia. Foi o suficiente para o macaco enciumado tornar-se encolerizado e responder-lhe que se garantia o suficiente para dar-lhe uma lição , derrubando-o do galho, pois ele, o outro macaco sabe que os dois mantém um romance deveria evitar de ficar com ela trepando juntos nos galhos para não dar à macacada razão de fazerem comentários maldosos, poupando-lhe de situações constrangedoras. Então o outro macaco, já impaciente e também indignado explodiu que faz o que quer e que não é crime conversar com uma macaca comprometida.
Ao longo disso, a macacada foi juntando-se ao redor da árvore, assuntando a discussão e fazendo comentários sobre o fato que estava a envolver os três macacos, fazendo meneios de cabeça. Uns concordando, outros discordando do que ouviam e divertindo-se com a cena.
O macaco enciumado, aos resmungos e ameaças pulou até o galho onde o outro macaco estava e tentou agredi-lo para derrubá-lo do galho. A macaca afastou-se assustada enquanto o outro macaco rapidamente pulou para outro galho. O macaco enciumado pulou para o mesmo galho, perseguindo o outro macaco. Mas aí o outro macaco já houvera pulado para um outro galho. O macaco enciumado logo pulou então para o galho em que o outro macaco acabara de pular, e estava cada vez mais enfurecido. Quando viu que o outro macaco tinha já pulado para um novo galho perguntou ao outro macaco se ele não era macaco o suficiente para enfrentá-lo. Ao que o outro macaco respondeu-lhe que estava em paz, que não via motivo de brigar, e que ele, o macaco enciumado, se queria brigar que o pegasse então, se pudesse.
A macacada lá embaixo não se continha em rir e vibrar da evolução da história, aguardando o desfecho com interesse.
O macaco enciumado, cada vez mais tomado de ira, pulou para o galho onde estava o outro macaco. Mas o outro macaco pulou frações de segundos antes para um outro galho, no que o macaco enciumado fez a mesma coisa. Mas o outro macaco, ágil já houvera pulado para um novo galho, já pronto para pular para um outro galho pois logo o macaco enciumado e encolerizado pularia para aquele galho logo, em seguida, como aconteceu, mas o outro macaco já não estava mais nele. E assim ia se desenrolando a história.
A macaca assistia a tudo atônita. E gritava para o macaco enciumado que parasse de perseguir o outro macaco pois nada havia entre ela e ou outro macaco. Mas o macaco enciumado não deu ouvidos à sua macaca e pulou para o galho em que o outro macaco então trepava. Mas este por sua vez já houvera pulado para um outro galho, antes que o macacão enciumado alcançasse o galho onde estava. O macaco enciumado estava cada vez mais impaciente e revoltado. A macacada ao pé da árvore vibrava com aquela picula de galho em galho. O macaco enciumado mais uma vez pulou para o galho onde trepava o outro macaco, e este por sua vez já houvera pulado para um outro galho, e assim se passaram mais uns bons minutos, com o macaco enciumado agredindo verbalmente e ameaçando o outro macaco, o qual desafiava-lhe a conseguir derrubá-lo, o que enfurecia ainda mais o macaco enciumado, enquanto a macaca tentava acalmá-lo para que desistisse daquela ideia pois estava errado e precipitado. E assim o macaco enciumado pulava para o galho em que estava o outro macaco, mas este pulava antecipadamente para um outro galho, já pronto para ir a um outro galho, quando o macaco enciumado pulasse em sua perseguição.
Aconteceu por fim que o macaco enciumado pulou para um galho que quebrou. E a queda foi feia. O outro macaco estava nesse galho, mas ele, o outro macaco, era mais leve do que o macaco enciumado o suficiente para fazer a diferença. O galho suportou o peso do outro macaco mas não suportou o peso do macaco enciumado. E então aconteceu.
O outro macaco ficou lá do seu galho guinchando e se embalançando, como que comemorando a vitória sobre o macaco enciumado enquanto a macacada corria para junto do macaco recém caído para socorrê-lo, se ainda houvesse possibilidade. Apesar do prejuízo do rabo que quebrou e ficou torto o macaco enciumado deu sorte porque sua vida foi preservada.
Ruim mesmo foi o fato de que a macaca, revoltada e chateada com toda aquela situação chegou-se até o macaco enciumado, caído e com o rabo quebrado e disse-lhe que não iria lhe perdoar todo aquele vexame a que ele a fez passar e assim estava tudo acabado entre eles. Nunca havia sido exposta a tamanho vexame e não iria continuar para ver acontecer algo pior. Além do mais não estava em um zoológico para viver sem liberdade.
Agora o macaco enciumado vive remoendo a sua chateação por ter sido ridiculamente o protagonista daquela cena tão grotesca para a macacada que iria gozá-lo o resto da sua vida. Tudo porque não conseguiu controlar o seu terrível ciúme que o fez perder a noção do circo que armava. Preferiria ter sido macaco d auditório...
O macaco enciumado não está tão chateado em razão do rabo que ficou torto, pois diz que não olha pro rabo. O pior para si foi ter perdido a macaca amada. Estava com a macaca, e não está mais. Tentou reconciliar-se com ela, prometendo mudar, mas a macaca não lhe dá outra chance e não volta atrás em sua decisão pois quer ser feliz com um macaco tranqüilo, equilibrado, e não poderá ser feliz com um macaco histérico, enciumado. E de toda forma ela nunca poderia lhe quebrar esse galho pois já estava na de outro macaco, que pula de galho em galho se algum macaco ensandecido o tenta agredir. Pior que vira e mexe ouve sempre uma piadinha da macacada que apreciou ou soube do ocorrido.
O macaco agora vive triste e isolado em um canto, sonhando com a volta da macaca que ama, matutando um jeito de fazer com que isso aconteça não sendo capaz de aceitar outra macaca em seu coração de macaco, que para azar seu, teve que aceitar no próprio âmago a lição dura de que macaco que muitos galhos pula , acaba caindo de um deles.

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